sábado, 29 de maio de 2010

A Falência Informática

Começo o blog por uma notícia do dia; uma comissão chegou à "brilhante" conclusão que o contrato do Magalhães "oferecido" à JP Sá Couto foi ilegal.
Até aqui nada de especial, é daquelas coisas que até alguém que necessite de lunetas fundo de garrafa consegue ver bem sem óculos. Claro que há alguns papalvos que parecem acreditar que o Magalhães é "made in Portugal", mas esses são perfeitamente leigos na matéria.

Contudo o maior desastre é o efeito na economia deste e dos portáteis e-escolas/novas oportunidades. O Estado NUNCA deve subsidiar absolutamente nada, é algo que os Americanos aprenderam há uns séculos, isto porque um subsídio por si só é gerador de concorrência desleal, desequilibra o mercado em prol dos subsidiados deixando os que se encontram "fora do sistema" a falir e ainda por cima a pagar para essa falência nos seus impostos.
Como se pode manter uma empresa a vender portáteis a preço de mercado se existem concorrentes, pagos pelos impostos, a vender a menos de metade desse preço o mesmo material?

Acresce a isto o descalabro na educação, no meu tempo, e não é assim há tanto tempo, apenas se podia começar a utilizar a calculadora a partir do 7º ano. Isto não era por "sinais de atraso", era uma questão elementar de todo o processo de transmissão de conhecimento entre gerações: A tecnologia está aí, ajuda sim, mas temos que aprender a viver sem ela primeiro para o dia em que esta, por alguma razão, não esteja disponível.
Ora dar a miúdos máquinas de calcular naquela idade resulta em que nem o mais básico da aritmética aprendem a resolver pelo próprio cérebro. A longo prazo teremos uma geração de incapazes, Wikipédia e Google-dependentes sem vestígios de conhecimento adquirido.

Pelo lado da internet, e não só em Portugal como a nível global, assiste-se a um segundo descalabro; o proliferar da banda demasiado-larga só resulta numa coisa: O proliferar descontrolado da pirataria. Habituamos uma geração inteira, ou várias, a não pagar por conteúdos áudio-visual, a não pagar por diversão, a não pagar por nada. Em Espanha até já se tornou "um direito legal" sacar pirataria. Obviamente isto a curto-prazo levará ao abandono da produção profissional de conteúdos em Espanha.
Mas não são só os conteúdos e a pirataria cavalgante a ameaça, o hábito de "não pagar" é por demais perigoso para a própria sustentabilidade da internet. Até ao momento empresas como o Google, Facebook e afins vão mantendo o seu negócio de vender publicidade, mas esta geração do "quero à borla" é extremamente resistiva não só à publicidade como à ideia de pagar o que quer que seja. Então, com os negócios baseados na web a falir, o que irá começar a suceder em catadupa muito em breve, não haverão anunciantes. Sem anunciantes a internet tenderá para não se conseguir financiar e, ou sobem os preços de acesso, ou os próprios provedores começarão a sentir dificuldades em vender algo sem conteúdo.
Ainda que os provedores sejam parte do problema basilar, no nosso país expõe-se ao ridículo de vender net residencial melhor, (muito) mais rápida, (muito) mais barata e com melhor serviço que a net empresarial. É... na República das Bananas financiar a diversão é muito mais importante que ajudar o trabalho (depois admiram-se da crise??).
Resta ainda o material sob licença GPL e afins, feito geralmente por putos de 30 anos dos quais falarei em outro artigo.

Coisas que acontecem

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